Em um mundo que corre em um ritmo alucinante, onde a demanda por resultados e eficiência nunca dorme, é fácil esquecer que, mesmo nas posições de liderança, somos todos humanos.
Sim, aqueles que lideram, que inspiram e que, dia após dia, enfrentam o desafio de motivar suas equipes, também carregam seu fardo e seus limites.
Neste contexto, a busca por uma liderança sustentável, onde reconhecemos nossas limitações enquanto buscamos inspirar e motivar, se torna essencial.
Esgotamento profissional de líderes
Não é raro ouvirmos sobre o esgotamento, ou burnout, entre os membros do staff, mas e quando esse fenômeno bate à porta dos próprios líderes?
A situação complica-se não apenas pela expectativa elevada de desempenho por parte dos superiores, mas também pelo peso das necessidades e esperanças de seus liderados.
Lidar com o esgotamento não é uma tarefa simples para ninguém, especialmente para um líder, pois há uma tendência a se acreditar que, para liderar, é preciso estar sempre à frente, nunca vacilar, ser uma fonte inesgotável de energia e soluções.
Contudo, a verdade, muitas vezes esquecida, é que ninguém pode dar o que não tem.
Quando um líder enfrenta seu limite, quando a energia se esvai e as soluções parecem distantes, é crucial reconhecer que talvez seja o momento de fazer uma pausa.
Pausar às vezes é necessário para que exista uma liderança sustentável
É nessa pausa, nesse momento de recuo estratégico, que o líder tem a oportunidade de se reabastecer, de buscar novas perspectivas e recuperar a energia perdida.
Essa retirada não é um sinal de fraqueza, mas de sabedoria. É entender que, para poder cuidar dos outros, é preciso cuidar de si mesmo primeiro, um pilar da liderança sustentável.
Ninguém é menos líder por admitir um momento de fragilidade, por não conseguir entregar o mesmo desempenho de quando está em plenas condições.
Afinal, líderes não são máquinas programadas para produzir incessantemente; são seres humanos, sujeitos a falhas, a altos e baixos, e merecedores de cuidado e atenção.
A paciência, tanto com si mesmo quanto com os outros, e a compreensão de que líderes não são super-heróis, formam a base para um processo de recuperação genuíno e para a construção de uma liderança sustentável.
É essencial que tanto líderes quanto suas equipes reconheçam essa humanidade, essa vulnerabilidade inerente a todos nós.
Esse reconhecimento abre caminho para uma cultura de apoio, onde pedir ajuda e admitir limitações não são vistos como fraquezas, mas como atos de coragem e autenticidade.
Não se trata só de guiar, mas também de se cuidar
Em momentos de esgotamento, é fundamental lembrar que a liderança não se trata apenas de guiar os outros, mas também de saber quando é hora de se permitir ser guiado, de aceitar que, assim como qualquer membro da equipe, líderes também precisam de suporte, de tempo para recarregar e de espaço para crescer.
A verdadeira liderança manifesta-se não apenas na capacidade de dirigir, mas também na humildade de reconhecer os próprios limites e na sabedoria de buscar equilíbrio e bem-estar, para si e para sua equipe, essência da liderança sustentável.
Portanto, a próxima vez que você se sentir sobrecarregado, lembre-se de que dar um passo atrás não é desistir, é simplesmente tomar fôlego para poder dar vários passos à frente.
A resiliência não está em nunca cair, mas em saber a hora de pausar, de cuidar de si, e então, com renovada força e vigor, voltar à luta, inspirando e liderando pelo exemplo, pela humanidade e pela compreensão de que todos nós, líderes ou não, estamos juntos nessa jornada de liderança sustentável.
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Paulo Pereira é Gerente de Operações de RH e tem mais de 12 anos de experiência em práticas de administração de pessoas e folha de pagamento, com expertise em relações trabalhistas, gerenciamento de riscos, processos, auditoria interna, compliance, terceirização de serviços, suporte à emissão de pareceres contábeis e due diligence adquiridos em projetos realizados em grandes empresas líderes de mercado. Também tem sólidas experiências nas áreas de Experiência do Colaborador, Remunerações e Benefícios, Recrutamento e Seleção, e Treinamento e Desenvolvimento.
Além da atividade remunerada, desenvolve o projeto Gentee (www.gentee.com.br), um blog de conteúdo de alta qualidade para profissionais de Departamento de Pessoal e Recursos Humanos.
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Entendo que cargo de gestão não implica em estar líder de alguém, há papéis e responsabilidades do cargo e conduzir os interesses da empresa nesta posição acontecerá com dor ou sem dor e com quem estiver junto.
Líder é alguém que se torna referência e inspiração para alguém, não necessariamente em cargos de gestão e, também, não se trata de pessoas melhores que os outros, mas aquelas que se cuidam e buscam – nas relações, nas condições e propósito de trabalhos, como cidadãos e moralidade – estarem melhor do que antes estavam consigo mesmo. Isso inspira outras pessoas, estabelece confiança e bem-estar.
Em qualquer lugar, em qualquer profissional e em qualquer cargo, se vê pessoas e suas respectivas bagagens de experiências ruim e boas, o que é singular do individuo. Então, um gestor estressar, chatear, cansar e estar vulnerável para o muito da vida que nós desconhecemos, é simplesmente o exercício ou prática de ser humano, mais do que esperado, nada diferente. Como lidar com isso é o que pode equilibrar a vida ou destruí-la.
Gestores, permitam a minha intromissão, o primeiro passo é reconhecer a respectiva humanidade com humildade, o cargo que ocupam não fazem ninguém melhor do que outra pessoa, o aprendizado é mútuo e ninguém motiva ninguém, a percepção de valor é relativa, estimular a convergência de interesses não é motivar e sim elucidar o que se espera da relação de emprego e/ou trabalho. A motivação de cada pessoa é aquela, de muitos fatores, que o tira da cama cedo para ir trabalhar, além da sobrevivência.
O gestor, ou qualquer outra pessoa, que não se cuida, não consegue praticar sua habilidade de escuta, de compaixão e sensatez nas escolhas.