A sinergia entre ética, empresas e colaboradores

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A sinergia entre ética, empresas e colaboradores

Paulo Pereira
Escrito por Paulo Pereira em 11/05/2023
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A sinergia entre ética, empresas e colaboradores: como criar uma simbiose bem-sucedida? Recentemente, participei de uma palestra incrível do historiador e pesquisador Leandro Karnal, que dispensa apresentações.

Digo que foi incrível primeiro porque a maneira como ele aborda os assuntos, mesmo aqueles mais densos, é muito divertida e depois porque ele trouxe algumas reflexões extremamente interessantes, aparentemente fáceis de fazer, mas que, na verdade, são bem complexas quando aprofundamos. 

Por exemplo, já no início da palestra, Karnal nos perguntou se alguém do grande grupo que o assistia era bandido e, obviamente, todos responderam que não. O ponto central aqui foi: Será que se houvesse alguém ali que fosse delinquente, esse alguém seria tão honesto a ponto de erguer a sua mão e dizer: “sim, sou!”?

A partir daí, fomos instigados a pensar em tantas outras coisas relacionadas à Ética e o que isso tem a ver com o nosso cotidiano corporativo, e para não correr o risco de perder as minhas anotações, resolvi escrever este pequeno resumo do que escutei e processei das falas do palestrante. 

O que ética e trabalho tem a ver?

A ética e o trabalho estão diretamente relacionados. Podemos dizer que ética dentro do contexto empresarial refere-se a um conjunto de valores, normas e princípios que regem o comportamento de um profissional no ambiente de trabalho.

Trata-se, em outras palavras, de fazer a coisa certa, mesmo quando ninguém está olhando, e de tomar decisões com base em princípios morais sólidos.

Um profissional ético é alguém que segue padrões elevados de conduta, respeita os direitos dos colegas, cumpre suas obrigações, age com transparência e honestidade e é sensível às questões de justiça e equidade.

Além disso, falar de ética no trabalho também remete à responsabilidade social das empresas, ou seja, o compromisso de contribuir para o bem-estar da sociedade como um todo.

Este tema é fundamental para a construção de um ambiente de trabalho saudável e produtivo, uma vez que quando os profissionais agem com consciência ética, geram confiança, respeito e admiração dos colegas, o que contribui para a melhoria do clima organizacional.

Por outro lado, a falta de ética no trabalho pode ter consequências negativas, afetando a imagem da empresa, diminuindo a produtividade, gerando conflitos e afetando a motivação dos colaboradores. Ética e sucesso, como veremos a seguir, são diretamente proporcionais.

Comportamento ético dos profissionais e das empresas

A ética deve ser um comportamento primário, adotado pelo profissional em todas as situações dentro de todos os contextos. Além da garantia da “paz moral e de espírito”, ser ético pode ser, também, chancela de crescimento profissional.

Há uma fala do Karnal que diz o seguinte: “o profissional ético sabe que terá sua recompensa a médio e longo prazos. Já aquele que vive sem ética, na base do crime, é como o sujeito que se atira de um avião sem paraquedas. Ele terá dez segundos de liberdade até que a força da gravidade o puxe para o chão, enquanto o ético tem a segurança de pular do avião de paraquedas”.

Portanto, como disse antes, agir de maneira ética é uma forma de garantir o sucesso a longo prazo. E dentro deste dogma – o da necessidade de haver ética no ambiente corporativo, existe um personagem que tem um papel essencial de relembrar essa necessidade aos colaboradores que, porventura, se afastem deste comportamento. A este personagem damos o nome de “líder”.

O papel do líder é fundamental na construção de um time ético dentro de uma empresa. É preciso que ele esteja comprometido em estabelecer e reforçar os valores éticos da organização, agindo como um modelo de comportamento para seus colaboradores.

Além disso, a liderança deve ser um agente de mudança, criando um ambiente de trabalho que promova alto padrão moral e encoraje seus colaboradores a tomarem decisões pautadas no que é correto, mesmo em situações desafiadoras.

É importante, para isso, que incentive a comunicação aberta e a transparência, de forma que seus colaboradores se sintam confortáveis em expor preocupações éticas e buscar soluções em conjunto.

A ética no trabalho não se resume apenas ao comportamento individual dos profissionais. As empresas também têm uma responsabilidade em relação aos seus colaboradores e à sociedade como um todo. Elas devem garantir condições dignas de trabalho, salários justos e respeito aos direitos humanos.

Outro ponto a ser considerado é que as ações antiéticas podem ter um impacto duradouro na imagem dos profissionais e das companhias.

O mal pode ser inesquecível, e mesmo que as atitudes já tenham sido corrigidas, é bem difícil reconstruir a reputação. Como dizem por aí, leva-se anos para construir uma imagem e minutos para destruir uma. 

Ética como ferramenta estratégica de sucesso

Ser ético é uma ferramenta estratégica de sucesso, isso é fato.

As pessoas e empresas que se preocupam com a sua lisura tendem a ter uma imagem melhor frente ao mercado, o que pode refletir em um aumento da sua lucratividade.

Trata-se de uma questão de escolha, de fazer a coisa certa, mesmo quando ninguém está vendo. Aqueles que optam por seguir esse caminho podem colher os frutos a médio e longo prazo, como o respeito dos colegas, a admiração da empresa e a confiança da sociedade.

Por outro lado, aqueles que escolhem caminhar pela via oposta, podem ter sucesso a curto prazo, mas estarão fadados a sofrer as consequências das suas ações desvirtuosas.

No entanto, vale ressaltar que a ética não deve ser encarada apenas como uma ferramenta de marketing ou de geração de lucros. Ela é, acima de tudo, uma questão moral e de responsabilidade social.

As empresas e seus colaboradores têm a obrigação de agir de forma ética, não apenas para cumprir normas e regulamentações, mas também para contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. A ética deve ser vista como um valor fundamental e não exclusivamente como uma ferramenta estratégica.


Paulo Pereira é contador por formação, consultor trabalhista e previdenciário, e especialista em folha de pagamento. Possui 10 anos de experiência nos ramos de auditoria, consultoria, outsourcing e administração de pessoal, adquirida nas principais empresas (Big Four) do segmento no cenário brasileiro e internacional.

Atua em diversos projetos na posição de especialista nas matérias inerentes às relações laborais, transitando pelas áreas de gerenciamento de risco, processos, auditoria interna, compliance, terceirização de serviços, suporte à emissão de pareceres contábeis e Due Diligence.

Atualmente ocupa a posição de Gerente de Administração de Pessoas na maior locadora de carros da América do Sul, com cerca de 12k empregados em todo o Brasil, e desenvolve o projeto Gentee.com.br, criado para se tornar referência em conteúdo de qualidade sobre pessoas e trabalho.


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