Tolerância ao erro: não penalize o colaborador que erra tentando acertar

Recursos Humanos

Tolerância ao erro: não penalize o colaborador que erra tentando acertar

Paulo Pereira
Escrito por Paulo Pereira em 04/05/2023
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A cultura de “tolerância ao erro” tem ganhado cada vez mais destaque em empresas que buscam inovar e se destacar no mercado. Ao permitir que os colaboradores possam errar sem serem punidos, a empresa estimula a experimentação, a inovação e a criatividade. No entanto, é importante destacar que a tolerância ao erro não deve significar chancela para a negligência ou falta de comprometimento.

Neste artigo, vamos abordar como a cultura de tolerância ao erro, aliada à segurança psicológica e à cultura de feedbacks, pode ser fundamental para a construção de times de alta performance e para o sucesso das empresas no mercado.

Segurança psicológica e feedbacks: conceitos fundamentais

A segurança psicológica e a cultura de feedbacks são conceitos fundamentais para clarificar e solidificar um correto ambiente seguro para não só acertar, como também errar.

A segurança psicológica é a sensação de que é seguro testar, compartilhar ideias, opiniões e sugestões sem ser julgado ou punido por isso. Já a cultura de feedbacks é a prática do diálogo franco entre líder e liderado.

Pesquisas mostram que a segurança psicológica é um dos principais fatores que contribuem para a construção de times de alta performance.

Um estudo realizado pelo Google em 2015, por exemplo, mostrou que a segurança psicológica é o principal fator que diferencia equipes de alto desempenho de equipes com baixo desempenho.

Segundo a pesquisa, equipes que se sentem seguras para compartilhar ideias e opiniões são mais inovadoras, mais produtivas e apresentam melhores resultados.

Tolerância ao erro não é complacência com o erro

É importante destacar que a tolerância ao erro não deve significar chancela para a negligência ou falta de comprometimento.

Os colaboradores devem ser estimulados a assumir riscos, mas também devem ser responsáveis pelas consequências de suas ações, o que chamamos de accountability.

Esse equilíbrio é necessário para não transformar a “tolerância correta” em uma cultura de complacência com o erro.

Abordagem construtiva e feedbacks contínuos

Ao invés de punir o colaborador que erra, a empresa deve maximizar o que deu certo e instruí-lo sobre os pontos de melhoria que levaram o projeto à falha.

Existem algumas práticas que as empresas podem adotar para tratar um erro de um colaborador da melhor forma possível, reconhecendo seus esforços e não o penalizando, mas instruindo-o.

Uma abordagem construtiva, por exemplo, é mais efetiva do que focar apenas no erro em si. É importante destacar os pontos positivos do projeto e os esforços do colaborador. Dessa forma, ele se sentirá valorizado e motivado a continuar se esforçando.

É fundamental que o líder adote uma cultura de feedback contínuo, em que os colaboradores recebam regularmente orientação e sugestões de como podem melhorar seu desempenho. Dessa forma, eles se sentirão apoiados e motivados a continuar aprendendo e se desenvolvolvendo.

Desenvolvimento de treinamentos e reconhecimento dos acertos

Se o erro cometido pelo colaborador estiver relacionado a uma lacuna em sua formação ou habilidades, é importante que o líder pense e desenvolva treinamentos e capacitações para que ele possa melhorar nesses aspectos. Isso permitirá que ele se desenvolva profissionalmente e contribua de forma mais efetiva para a empresa.

Além de instruir sobre os pontos de melhoria, é importante reconhecer e valorizar os acertos do colaborador. Isso o deixará mais motivado a continuar se esforçando e melhorando seu desempenho. O reconhecimento pode ser feito de diversas formas, como um feedback positivo, uma premiação ou um aumento salarial.

Tolerância ao erro e inovação

Ao permitir que os colaboradores possam errar sem serem punidos, a empresa estimula a experimentação, a inovação e a criatividade. É na tentativa de encontrar soluções para problemas que novas ideias surgem e novas possibilidades são criadas.

A cultura de tolerância ao erro, aliada à segurança psicológica e à cultura de feedbacks, pode ser fundamental para a construção de times de alta performance e para o sucesso das empresas no mercado.

Exemplo de aplicação da cultura de tolerância ao erro

Vamos imaginar que uma empresa lançou um novo produto que não teve o sucesso esperado. Em vez de punir a equipe responsável pelo projeto, a empresa pode adotar a cultura de tolerância ao erro e seguir as práticas que destacamos anteriormente.

Por exemplo, pode abordar o erro de forma construtiva, identificar os pontos de melhoria que levaram ao erro e instruir a equipe a respeito de como eles podem ser evitados ou corrigidos no futuro. Também pode adotar uma cultura de feedback contínuo, oferecer treinamentos para capacitar a equipe e reconhecer os acertos.

Tabela resumindo as práticas para tratar um erro de um colaborador:
PráticaDescrição
Abordagem construtivaDestacar os pontos positivos do projeto e os esforços do colaborador
Identificar os pontos de melhoriaIdentificar os pontos de melhoria que levaram ao erro e instruir a respeito de como eles podem ser evitados ou corrigidos no futuro
Feedback contínuoAdotar uma cultura de feedback contínuo, em que os colaboradores recebam regularmente orientação e sugestões de como podem melhorar seu desempenho
Desenvolvimento de treinamentosDesenvolver treinamentos e capacitações para que o colaborador possa melhorar em aspectos que levaram ao erro
Reconhecimento dos acertosReconhecer e valorizar os acertos do colaborador

Não é “tolerar o erro”, é incentivar a acertar

A cultura de tolerância ao erro pode ser fundamental para a construção de times de alta performance e para o sucesso das empresas no mercado. Ao invés de punir o colaborador que erra, a empresa deve valorizar a experimentação e estimular a responsabilidade e o comprometimento de seus colaboradores.

A segurança psicológica e a cultura de feedbacks são conceitos fundamentais para clarificar e solidificar um correto ambiente seguro para não só acertar, como também errar. Lembre-se sempre que a tolerância ao erro não deve significar chancela para a negligência ou falta de comprometimento.

É necessário encontrar um equilíbrio entre a experimentação e a responsabilidade pelos resultados das ações. As empresas que adotam a cultura de tolerância ao erro aliada à segurança psicológica e à cultura de feedbacks têm mais chances de inovar, se destacar no mercado e construir times de alta performance.

Se você deseja aplicar a cultura de tolerância ao erro na sua empresa, lembre-se das práticas que destacamos neste artigo: abordagem construtiva, identificação dos pontos de melhoria, feedback contínuo, desenvolvimento de treinamentos e capacitações, e reconhecimento dos acertos.

Essas práticas podem ajudar a transformar a cultura da sua empresa e construir um ambiente de trabalho seguro e inovador.


Texto originalmente publicado em: https://www.linkedin.com/pulse/n%C3%A3o-penalize-o-colaborador-que-erra-tentando-acertar-paulo-pereira/


Paulo Pereira é contador por formação, consultor trabalhista e previdenciário, e especialista em folha de pagamento. Possui 10 anos de experiência nos ramos de auditoria, consultoria, outsourcing e administração de pessoal, adquirida nas principais empresas (Big Four) do segmento no cenário brasileiro e internacional.

Atua em diversos projetos na posição de especialista nas matérias inerentes às relações laborais, transitando pelas áreas de gerenciamento de risco, processos, auditoria interna, compliance, terceirização de serviços, suporte à emissão de pareceres contábeis e Due Diligence.

Atualmente ocupa a posição de Gerente de Administração de Pessoas na maior locadora de carros da América do Sul, com cerca de 12k empregados em todo o Brasil, e desenvolve o projeto Gentee.com.br, criado para se tornar referência em conteúdo de qualidade sobre pessoas e trabalho.


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