Você provavelmente conhece algum profissional que não é convicto das suas habilidades no trabalho ou alguém que tem dificuldades em se reconhecer como um “profissional” propriamente dito. Talvez este alguém seja você.
Sentir-se partícipe e relevante dentro de uma organização, no meio acadêmico ou no segmento onde atua, é uma tarefa árdua que, além de conhecimento – qualidade técnica –, exige outros também muito significativos requisitos.
Um destes requisitos é a capacidade de enxergar a si mesmo como alguém com as qualificações, ou ao menos conhecedor das maneiras de adquiri-las, necessárias para estar onde está.
O indivíduo que não se entende e não se revela como protagonista da sua própria história, está fadado a ser figurante nos espetáculos alheios.
Ninguém é obrigado a querer se destacar no aspecto profissional
Ser figurante ou não obviamente não é um fato que por si só é bom ou ruim. A sua classificação no contexto dualista se dá tão somente a partir da análise do perfil do personagem envolvido.
Há pessoas que preferem a calmaria de estar longe dos palcos.
Se, para elas, está tudo certo, para nós, esta decisão deve também estar de igual modo. Elas não precisam mudar se isso não as afeta de forma negativa.
Entretanto, o cenário muda quando alguém que tem perfil protagonista, que gostaria de se expor, não o faz por alguma questão que o impede.
Muito cuidado com o não acreditar em si mesmo na vida pessoal e profissional
Um episódio que aconteceu nos meus primeiros anos de profissão me fez refletir sobre a forma como eu estava projetando minha carreira e sobre como eu era visto por quem trabalhava comigo.
Um gestor me disse algo mais ou menos assim: “Não sei o que você faz, por isso não consigo falar sobre você”. Não foram estas as exatas palavras, mas a ideia, sim.
Naquela época, eu não fazia visíveis minha performance e minhas qualificações por dois motivos: o primeiro é que eu era um pouco tímido; e o segundo, porque eu definitivamente não acreditava em mim mesmo. Eu simplesmente fazia o meu trabalho.
Talvez eu tivesse aquilo que as pessoas costumam chamar de síndrome da inferioridade. E é deste mal que todo profissional tem que se libertar para conseguir retomar os holofotes na sua trajetória.
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Acreditar em nós mesmos não quer dizer que somos arrogantes
Há quem diga que há uma linha muito tênue entre arrogância e o sentimento de acreditar em si mesmo. Eu sou daqueles que compreendem que há uma grande diferença entre eles. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
É fácil definir alguém arrogante. Basicamente, é aquele que se coloca num pedestal e se autoproclama o senhor da razão e dono de toda a verdade, sem dar margem a questionamentos e à possibilidade de alguém ser igual ou melhor que ele.
Alguém que simplesmente acredita em si mesmo, é aquele que reconhece suas qualidades, sabe do seu potencial e onde pode ir, mas também é ciente das suas fragilidades. E por ser ciente de que não é todo poderoso, tem a humildade de corrigir o que precisa e procurar o que não sabe.
Para um profissional realmente dar certo e alcançar o destaque, é preciso que ele exercite apenas a virtude da crença em si mesmo e deixe de lado a arrogância, porque embora obtenha destaque por ser arrogante, um destaque negativo é pior do que não ser visto.
Acreditar, acreditar e acreditar mais um pouquinho
Um profissional que se vê, se reconhece e se apresenta como tal, leva consigo o poder do convencimento.
Acontece o mesmo quando na venda de um produto. Se o vendedor não acredita no que está apresentando ao comprador, as chances de êxito no processo comercial são bem menores do que se fosse um item que ele mesmo compraria simplesmente por acreditar.
Quando nós percebemos que acreditar em nós mesmos constitui-se tarefa obrigatória na construção de uma imagem credível – o que leva à ascensão – tornamos o caminho ao sucesso menos penoso.
Não adianta que as pessoas nos deem a sua confiança; é preciso inverter o fluxo, de forma que ganhemos a sua confiança por nos apresentar confiáveis.
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Este post foi originalmente publicado na minha página pessoal no LinkedIn, sob o título: Tudo muda quando você passa a se enxergar como um profissional
Paulo Pereira é contador por formação, consultor trabalhista e previdenciário, e especialista em folha de pagamento. Possui 10 anos de experiência nos ramos de auditoria, consultoria e outsourcing, adquirida nas principais empresas do segmento no cenário brasileiro e internacional.
Atua em diversos projetos na posição de especialista nas matérias inerentes às relações laborais, transitando pelas áreas de gerenciamento de risco, processos, auditoria interna, compliance, terceirização de serviços, suporte à emissão de pareceres contábeis e Due Diligence.
Atualmente ocupa a posição de Gerente Outsourcing de Folha de Pagamento em uma empresa Big Four e desenvolve o projeto Gentee.com.br, criado para se tornar referência em conteúdo de qualidade sobre pessoas e trabalho.
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