Comparações no trabalho podem fazer - e muito - bem

Carreira

Comparações no trabalho podem fazer - e muito - bem

Paulo Pereira
Escrito por Paulo Pereira em 06/03/2021
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Existe um mantra no mundo corporativo que diz que não podemos olhar para o lado, para não incorrermos em comparações no trabalho de forma indevida e assim, não nos frustramos com a realidade na qual estamos inseridos.

É certo que, em algumas empresas, questões relacionadas a injustiças são mais acentuadas e, em ambientes assim, ponderar aquilo que observamos se faz mais necessário do que em uma circunstância oposta.

Considerar sua performance como a única relevante no seu processo de ascensão pode ser um verdadeiro tiro no pé daquele que possui interesse genuíno em alcançar outros patamares, independentemente da realidade que faz parte.

Ao meu ver, o “X” da questão está na forma como o profissional olha e o que ele faz com o resultado das suas observações, muito mais do que o fato de observar ou não observar a performance de quem está ao lado, à frente ou depois.

Leia este artigo até o fim e descubra qual o jeito certo de fazer comparações.

O que fazer com os sentimentos quando há comparações no trabalho?

Para a correta aplicação da observação e comparação no ambiente de trabalho não podemos descartar um ponto de grande peso.

Esse ponto é a necessidade de haver um alto grau de maturidade por parte do profissional, a fim de saber lidar com os sentimentos que o exercício da observação pode trazer.

É muito importante se atentar às qualidades técnicas e comportamentais e à excelência da entrega daquele colega de trabalho que apresenta resultados superiores aos nossos, Não  para invejá-lo ou julgá-lo, mas para identificar quais são os pontos que os faz se distinguirem da média e, então, tentar replicá-los na própria realidade.

Somos seres humanos e, por isso, é tendência que às vezes fiquemos tristes, por não conseguimos performar como outros que estão próximos a nós.

É exatamente aí onde devem entrar em ação nossas habilidades de discernir e compreender.

Cada um é cada um: o cuidado ao comparar-se

Nós temos nosso próprio tempo, nossas qualidades e limitações.

O ser humano possui uma bagagem individual que corrobora no aumento ou na diminuição da sua performance em alguma determinada atividade.

Alguns possuem experiências práticas que os fazem estar à frente dos demais.

Ou até mesmo, apenas um mindset moldado para pensar fora da caixinha e assim, obter resultados não tão óbvios para quem tem dificuldade em pensar diferente.

Não necessariamente, alguém que se destaca é o melhor de um grupo.

Às vezes, este indivíduo só é capaz de perceber a necessidade de atualização constante no aspecto técnico e na adequação da sua postura na esfera comportamental.

É possível, então, dizer que se trata de uma questão de “sacada’, como dizem os mais descolados.

Comparações no trabalho devem ser feitas na intenção de obter recursos para melhorar e não para criar “barreiras emocionais” limitantes.

Há momentos em que é preciso ver o que outros fazem para que possamos perceber que também podemos fazer.

E por isso, é tão relevante que saibamos reconhecer nossas próprias habilidades e fraquezas.

A prática da inteligência emocional no dia-a-dia

A prática do autoconhecimento e do autojulgamento é essencial para quem quer crescer.

Diria que olhar pro lado não é só permitido, mas decisivo no processo evolutivo profissional.

Tomar pessoas como exemplos e como balizadores faz bem, basta saber fazê-lo.

Pessoas com inteligência emocional, como diria Goleman, sabem lidar com situações adversas, aplicando a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, praticar a gratidão e motivar as pessoas, além de outras qualidades que possam ajudar a encorajar outros indivíduos.

Talvez seja a inteligência emocional – que nem sempre é fácil – a principal ferramenta para obtenção de sucesso.

Já dizia Aristóteles, na sua obra Ética a Nicômaco, que “qualquer um pode zangar-se — isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa — não é fácil”.

Comparações no trabalho

O exercício de olhar para os pares é algo necessário para quem realmente deseja crescer profissionalmente, mas deve ser feito com muita polidez.

O ato correto, ao meu ver, é olhar para o lado de modo a aprender com o colega e não para se sentir superior ou inferior a ele.

O que não é bom, é se utilizar das comparações para sentimentos negativos, comparativos descabidos, nutrição de inveja ou sentimentos de injustiça.

Se você ainda não possui a maturidade para isso ou não está disposto a repensar suas posições, talvez seja melhor, neste caso, não olhar pro lado.

Material de apoio

Foram utilizados como apoio na construção deste post os seguintes artigos:

Este texto foi originalmente publicado no meu perfil pessoal do LinkedIn: Olhar pro lado faz bem; mas é preciso saber como.


Paulo Pereira é contador por formação, consultor trabalhista e previdenciário, e especialista em folha de pagamento. Possui 10 anos de experiência nos ramos de auditoria, consultoria e outsourcing, adquirida nas principais empresas do segmento no cenário brasileiro e internacional.

Atua em diversos projetos na posição de especialista nas matérias inerentes às relações laborais, transitando pelas áreas de gerenciamento de risco, processos, auditoria interna, compliance, terceirização de serviços, suporte à emissão de pareceres contábeis e Due Diligence.

Atualmente ocupa a posição de Gerente Outsourcing de Folha de Pagamento em uma empresa Big Four e desenvolve o projeto Gentee.com.br, criado para se tornar referência em conteúdo de qualidade sobre pessoas e trabalho.


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