O mundo corporativo é um teatro?

Opinião

O mundo corporativo é um teatro?

Paulo Pereira
Escrito por Paulo Pereira em 08/03/2025
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Vez ou outra, alguém me diz que tenho algumas ideias um tanto polêmicas, embora eu sempre tenha cuidado em como expresso as minhas opiniões. 

E, talvez, uma das opiniões um tanto impactantes que tenho acerca do mundo do trabalho é a de que o ambiente corporativo é um grande teatro.

Mas, calma. Atenção!

Quando digo que acho que o mundo corporativo é um teatro, não trago este ponto como algo depreciativo, mas como um fato a ser encarado que não, necessariamente, é ruim ou bom por essência. É apenas o que é, e a gente precisa entender isso para não se frustrar.

Todo mundo vive papeis o tempo inteiro

Essa ideia de que vivemos papéis no mundo corporativo não é um produto apenas das fontes da minha cabeça, mas encontra respaldo em estudos sobre as relações humanas.

Tem um livro, que confesso não ter lido inteiro, mas apenas resenhas e materiais que falavam dele, chamado A Representação do Eu na Vida Cotidiana. Nele, é introduzida a teoria do dramaturgismo, que basicamente diz que as pessoas desempenham papéis para criar e manter certas impressões diante dos outros em suas interações sociais.

E, minha gente… Trabalho é um grande ambiente de interações sociais. Isso quer dizer que, se na “vida real” já assumimos papéis específicos dependendo do contexto, imagina o que não fazemos em um pequeno recorte da nossa vida?

Acontece que, talvez, o mundo corporativo possa ser um pouco mais hostil frente a outros aspectos da nossa vida e, portanto, os papéis assumidos neste ambiente acabem sendo mais suscetíveis à estatueta do Oscar.

Cuidado para não cruzar a linha

No entanto, precisamos estar atentos para não cruzar a linha tênue entre jogar o jogo e fingir ser alguém que não somos apenas para nos encaixar, com todas as consequências que isso pode trazer.

É crucial encontrar um equilíbrio entre a adaptação ao ambiente profissional e a manutenção da autenticidade.

Nesse sentido, embora seja importante “jogar o jogo” e entender as nuances do local de trabalho, é fundamental não comprometer os próprios valores e princípios. A busca pela aprovação e aceitação não deve levar à criação de uma persona falsa, pois isso pode gerar consequências negativas a longo prazo.

Sustentar uma fachada exige esforço constante e pode levar a sentimentos de insatisfação e infelicidade, assim como a falta de autenticidade dificulta o estabelecimento de conexões verdadeiras e duradouras.

Não tá errado, é o que é!

Eu, enquanto relia este texto, tive a sensação de que a mensagem que eu estava deixando era mais sobre: nossa, como eles (mundo corporato) são falsos.  E não é! 

Reforço, não é sobre falsidade, não é ser quem não é… é sobre papeis que cada um executa para a roda girar. É sobre o que é a vida!

Gerentes agem como gerentes e são responsáveis por performar como gerentes, diretores têm suas atribuições e precisam seguir conforme as expectativas criadas para esta posição, assim como os assistente e analistas precisam seguir um script do que é esperado por cada um deles. 

E acrescido a isso, que é o papel inerente a cada posição, tem aquilo que é esperado e determinado pela cultura da empresa. As pessoas precisam seguir o roteiro, adaptando-se a ele, se têm o interesse em permanecer. É isso!

Não ver o mundo como ele é, só gera frustração.

Espetáculo e liderança

Enquanto líderes, temos nosso próprio papel a desempenhar e, além disso, assumimos a responsabilidade de orientar o roteiro de outros, como diretores de espetáculos. 

Por isso, na minha visão, é fundamental entender a vida como ela é e, dentro das nossas capacidades, buscar o melhor desempenho em ambas as funções: a de quem “atua” e a de quem ajuda os outros a atuarem em suas melhores versões.

Faz sentido para você que está lendo este texto? Concorda? Discorda?


Paulo Pereira é Gerente de Operações de RH e tem mais de 13 anos de experiência em práticas de administração de pessoas e folha de pagamento, com expertise em relações trabalhistas, gerenciamento de riscos, processos, auditoria interna, compliance, terceirização de serviços, suporte à emissão de pareceres contábeis e due diligence adquiridos em projetos realizados em grandes empresas líderes de mercado. Também tem sólidas experiências nas áreas de Experiência do Colaborador, Remunerações e Benefícios, Recrutamento e Seleção, e Treinamento e Desenvolvimento.

Além da atividade remunerada, desenvolve o projeto Gentee (www.gentee.com.br), um blog de conteúdo de alta qualidade para profissionais de Departamento de Pessoal e Recursos Humanos.

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